“Moby Dick”, de Herman Melville

Uma história de obsessão que vai muito além da superfície

Moby Dick é aquele tipo de livro que assusta antes mesmo de abrir. Grande, clássico, cheio de fama. E quando a gente finalmente encara, percebe que não é só sobre caçar uma baleia. É sobre tudo que vem junto: a obsessão que cega, o confronto com o destino, a luta contra aquilo que não dá pra vencer. Não é uma leitura fácil, mas é daquelas que fica martelando na cabeça por muito tempo.

 

Se você ler como uma simples aventura no mar, pode acabar cansando. Tem capítulos que parecem desviar da história, descrições técnicas sobre navios, cetáceos, leis marítimas. Mas aí, quando você aceita que o livro também é feito desses desvios, percebe que tudo faz parte do mergulho. Melville não quer só contar uma história. Ele quer te afogar nela. Te fazer pensar sobre a vida, a morte, Deus, a loucura, o vazio.

 

A figura do capitão Ahab é um negócio à parte. Um homem tomado pela ideia de vingança contra uma baleia. Só isso já soa absurdo, mas o que Melville faz é transformar essa obsessão num símbolo gigantesco. Ahab não tá caçando só um animal, ele tá tentando desafiar o destino, vencer a própria impotência. E isso é tão humano que dói. A gente pode não estar num navio, mas quem nunca teve sua própria Moby Dick?

"Ahab não tá caçando só um animal. Ele tá tentando desafiar o destino, vencer a própria impotência."

Terminei o livro mais exausto do que empolgado. Mas também com aquela sensação de ter lido algo que ultrapassa a própria trama. Moby Dick é sobre baleias, claro. Mas também é sobre tudo que a gente não entende, não controla, e ainda assim insiste em enfrentar. É sobre o tamanho da alma humana diante do mar e, também sobre o quanto a gente se perde tentando se encontrar.

Estilo: Clássicos

Nota da Leitura:

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