“As Crônicas de Gelo e Fogo – Livro 2: A Fúria dos Reis”, de George R. R. Martin

O caos se instala, mas o impacto do começo ainda reina

Confesso: demorei um pouco para engatar na leitura do primeiro livro de As Crônicas de Gelo e Fogo, mas quando cheguei em A Fúria dos Reis, o vício já estava instaurado. O segundo volume da saga é mais denso, mais político e, de alguma forma, mais desesperador. George R. R. Martin não alivia. Se no primeiro livro ele bagunça o tabuleiro, aqui ele começa a jogar sério. Cada página é um risco, e ninguém está a salvo.

A grande diferença que senti foi no ritmo. A narrativa segue pesada, cheia de detalhes e com capítulos que oscilam muito dependendo do personagem. Alguns prendem, outros travam. Mas isso também é um charme da série. Quando engrena, vai. E o que mais me pega é o clima de tensão constante. Parece que o livro inteiro está prestes a explodir. Não tem descanso. Todo mundo quer poder, todo mundo quer sobreviver. E a gente ali, no meio, sofrendo junto.

Gostei de ver como Martin desenvolve melhor os personagens. Tyrion cresce de forma absurda aqui. Ele vira o protagonista sem fazer esforço. Cersei, Stannis, Theon… todo mundo ganha camadas. Até quem a gente odeia vira interessante. E isso é um mérito gigante. O autor escreve gente de verdade, cheia de contradições, desejos, fraquezas. É impossível não se envolver. E o mais louco é que, mesmo com tantos núcleos e tramas paralelas, tudo parece estar no lugar certo.

Em Westeros, ninguém está seguro. E a tensão nunca tira férias.

Mas apesar de reconhecer a força deste segundo volume, ainda acho o primeiro mais marcante. A sensação de desmoronamento que senti em A Guerra dos Tronos foi única. Nada supera o impacto de perceber que Martin realmente vai matar qualquer um a qualquer momento. O segundo livro mantém o caos, mas já lemos com mais desconfiança, mais preparados. Talvez por isso ele pese mais na política e menos nas reviravoltas. Ainda assim, entrega demais.

Terminei A Fúria dos Reis esgotado, mas feliz. Porque é raro ver uma série manter a qualidade mesmo se tornando mais complexa. Martin não escreve apenas uma fantasia épica. Ele escreve sobre poder, moral, ambição, medo. E faz isso de um jeito que gruda. Agora, é respirar fundo e encarar o terceiro. Porque se a fúria veio agora, imagina o que ainda está por vir.

Estilo:Fantasia

Nota da Leitura:

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