“O Homem Bicentenário”, de Isaac Asimov

Quando um robô descobre que sentir vale mais do que apenas funcionar

Em “O Homem Bicentenário”, Isaac Asimov deixa de lado a grandiosidade da ficção científica tradicional para mergulhar numa história delicada, sensível e profundamente humana. Andrew, o robô protagonista, não quer dominar o mundo. Não quer se rebelar contra os humanos. Não quer destruir nada. Ele só quer ser livre. Quer ser reconhecido como algo além da programação. Quer ser alguém.

Logo nas primeiras páginas, a empatia é inevitável. Andrew não é apenas um robô com consciência. Ele é um personagem cheio de nuances, que começa a sentir, criar e desejar. A cada conquista, a cada perda, a cada passo em direção à humanidade, ele nos força a refletir sobre o que nos torna, de fato, humanos.

Entre alma e algoritmo

A jornada de Andrew passa por diversas gerações, e com o tempo, ele vai se distanciando dos robôs e se aproximando das complexidades humanas. Ele quer ter direitos. Quer envelhecer. Quer morrer. E é nesse ponto que a narrativa mais toca: o desejo de finitude como uma escolha consciente. Asimov, com sua escrita direta e elegante, nos leva a pensar se a alma está mesmo no coração ou se pode surgir de um desejo constante de sentir.

Mais Asimov, mais alma

Depois de ter lido “Eu, Robô”, a leitura de “O Homem Bicentenário” foi como uma continuação emocional. Se no primeiro livro Asimov discute a lógica, as regras e os impactos sociais da inteligência artificial, neste ele vai além e entrega poesia. Andrew é um robô que entende mais de empatia do que muitos humanos de verdade. A maneira como ele se relaciona com os membros da família, com os cientistas e com a sociedade é tocante.

A delicadeza de ser máquina

Ao longo do livro, fica difícil lembrar que Andrew é feito de circuitos. As dores que ele sente, as dúvidas que carrega e as decisões que toma nos lembram o tempo inteiro que humanidade não é só biologia. É escolha, é liberdade, é sensibilidade. A cada nova atualização no corpo, o que realmente muda é a profundidade com que ele encara a vida.

“O que me faz ser quem sou não é o que fui programado para fazer, mas o que escolhi sentir.”

Um final que aperta o peito

A reta final do livro é de partir o coração. Andrew luta para ter sua humanidade reconhecida oficialmente. Quer ser lembrado não como máquina, mas como homem. E quando finalmente consegue, seu tempo se esgota. O livro termina com aquela sensação de perda bonita, de missão cumprida, de transformação plena. Uma história curta, mas com um impacto gigante.

“Não é só sobre viver. É sobre escolher como se vive.”

Estilo:Romance Histórico

Nota da Leitura:

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