Um livro simples, mas cheio de carinho
Ove é um rabugento. Um daqueles velhos que reclamam de tudo, da vizinhança, das novas tecnologias e da falta de decência no mundo moderno. Mas por trás desse mau humor, há muito mais. É com calma, quase com teimosia, que o autor vai revelando as camadas desse personagem que, de início, parece só um chato. Aos poucos, vamos descobrindo que Ove não está apenas com raiva do presente. Ele está de luto pelo passado.
A grande beleza do livro está em como a história se desenrola sem pressa. Não tem pirotecnia, não tem reviravolta mirabolante. O que tem é humanidade. Tem tristeza, perda, saudade. Mas também tem amizade, afeto e uma vizinhança que, a contragosto, vai invadindo o mundo fechado de Ove até abrir uma fresta. Uma fresta por onde entra vida.
Um livro que abraça sem apertar
A leitura é fluida, divertida, com várias cenas engraçadas e outras de doer o peito. Mas tudo tratado com uma delicadeza que emociona sem forçar. Você ri. Depois engasga. Depois sorri de novo. Não é um livro genial, daqueles que mudam sua vida. Mas é bom de ler. É gostoso. É aquele tipo de leitura que você pega no fim do dia, deita no sofá, e deixa o tempo passar com um leve sorriso no rosto.
"Pode não curar tudo, mas conforta"
E se você curtir o livro, pode dar uma chance também à adaptação para o cinema, estrelada pelo Tom Hanks, chamada O Pior Vizinho do Mundo. É uma releitura americana que funciona direitinho, com adaptações que casam bem com o contexto dos Estados Unidos. Continua sendo um ótimo passatempo, divertido, leve e com toques sinceros de emoção. Dá pra terminar o filme com o mesmo sorriso tranquilo do livro.
Um homem chamado Ove não é sobre grandes feitos. É sobre pequenos gestos. Sobre como a vida insiste, mesmo quando a gente quer parar. E sobre como, às vezes, tudo o que alguém precisa é que outra pessoa não desista.

Estilo:Romance
Nota da Leitura:
★ ★ ★ ☆ ☆
Gostou do livro?
Se for comprar, usa meu link da Amazon. Você não paga nada a mais e ainda ajuda o Cotidiamenidades a seguir firme. Você leva o livro e eu ganho uns trocadinhos pra manter o café e as crônicas em dia.