Onde o caos vira norma e ninguém escapa ileso
Se no primeiro livro a queda começou e no segundo a disputa se espalhou, A Tormenta de Espadas chega para mostrar que não existe mais limite. É golpe em cima de golpe, é morte atrás de morte, é traição onde menos se espera. George R. R. Martin destrói qualquer sensação de estabilidade e entrega o livro mais intenso da saga até agora. Aqui, ninguém está a salvo. Absolutamente ninguém.
O que mais impressiona é a habilidade de manter a tensão lá no alto por páginas e mais páginas. A narrativa é construída em cima de pequenas rachaduras que vão se abrindo até tudo colapsar. E mesmo quando o leitor acha que já viu de tudo, vem mais uma virada. O autor tem um talento especial para fazer você se apegar ao personagem e, logo depois, testar sua fé na continuidade daquela existência.
Não dá para falar desse livro sem lembrar das cenas marcantes. E olha que são muitas. Algumas chocam, outras emocionam, e outras apenas confirmam que Westeros é um lugar onde gentileza é quase um delito. Mas apesar da brutalidade, é tudo muito bem costurado. Nada parece gratuito. Existe uma lógica perversa em tudo. E essa lógica é o que torna o livro tão fascinante. Você lê como quem assiste a um acidente em câmera lenta.
Martin não constrói mundos para serem admirados, mas para serem temidos.
Os personagens continuam evoluindo absurdamente. Jaime Lannister se torna um dos mais interessantes. Jon Snow encontra dilemas reais. Arya, Sansa, Sam, até os coadjuvantes mais tímidos ganham nuances. É bonito de ver essa transformação. E ao mesmo tempo é doloroso, porque a gente sabe que afeto em Westeros tem prazo de validade. Martin brinca com isso o tempo todo. Te dá um alívio, depois arranca o chão.
Terminei o livro em choque, cansado e feliz. Porque é raro ver uma história tão grandiosa manter a qualidade por tantos capítulos. É literatura fantástica com alma, política, filosofia e drama humano. A Tormenta de Espadas não é só o ponto alto da série até aqui. É também o livro que faz você entender por que George R. R. Martin virou o que virou. E por que todo mundo ainda fala de Game of Thrones.

Estilo:Fantasia
Nota da Leitura:
★ ★ ★ ★☆
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