A crônica retrata um personagem que transforma o ato de desculpar em um hábito metódico de arquivamento. Ele não perdoa nem confronta: apenas coleciona. De cadernos a e-mails, constrói um museu afetivo das dores que recebeu. Até o dia em que, sem esquecer, decide parar de guardar.
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Made in Gene
Num futuro onde todos nascem por inseminação, jovens brasileiros exigem cidadania com base em pais biológicos do Canadá, Suécia e Islândia. Uma crônica absurdamente sarcástica sobre imigração, genética e o colapso do bom senso.
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O rapaz que virou a própria boçalidade
Era só um cara meio metido. Mas um dia, a boçalidade dele cresceu tanto que passou a andar sozinha. A personalidade virou sombra. E ele, figurante. Uma crônica cômica e exagerada sobre o ego que infla, se solta e começa a falar por você.
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A consulta que arrancou mais do que um dente
Ele só queria tratar uma cárie. Saiu com metade da cara dormente, três boletos e uma nova fobia. Uma crônica absurda e sarcástica sobre consultas dentárias que arrancam mais que dentes.
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Tudo que é sólido desmancha no ar
A frase “tudo que é sólido desmancha no ar” ganhou forma literal quando o sofá do narrador sumiu. Depois foi a geladeira, a estante, uma tia. Em meio à instabilidade da vida moderna, o absurdo vai se acumulando até sobrar apenas o café, e a escrita. Uma crônica cômica, irônica e surreal sobre aquilo que insiste em evaporar.
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A garota que decidiu parar o tempo com fita crepe
Cansada das ordens da rotina, ela colou fita crepe no ponteiro do relógio. E o tempo parou. Tudo congelou: broncas, cachorros, leite fervendo e até os passarinhos. Mas parar o tempo também significa ficar sozinha nele. Uma crônica divertida e sensível sobre a vontade de estagnar o mundo e o valor das coisas que seguem.
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Desde 1987
Jean nasceu em uma madrugada gelada de junho em Curitiba e passou parte da vida tentando decifrar a cidade. Morou em Brisbane, morou no Rio, reaprendeu a viver sob outros céus. Mas um dia voltou. E descobriu que talvez nunca tivesse realmente saído. Uma crônica afetuosa, absurda e cheia de silêncios sobre reencontros com o lugar que sempre esteve ali, mesmo quando a gente não estava.
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A mulher que enviava cartas para o futuro
Ela escrevia cartas destinadas ao futuro: “Abrir quando esquecer quem é”, “Abrir em 2041”. E, um dia, o futuro respondeu. A troca de correspondência virou hábito até que o silêncio chegou. Então, ela percebeu: talvez fosse sua vez de ser o futuro de alguém. Uma crônica sobre memória, tempo, afeto e os absurdos bonitos que a vida pode inventar.
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A vizinha que conversava com os pombos
Dona Lurdes falava com pombos todas as manhãs. Reclamava como quem cobra taxa de condomínio. Até que, um dia, um deles respondeu. A partir daí, os pombos se organizaram: viraram entregadores, políticos e líderes de movimentos. Mas quando sumiram, restou o silêncio. E a vizinha… que agora conversa com fios elétricos. Uma crônica bem-humorada sobre escuta, absurdo e caos urbano.
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O homem que atendeu um trote de 1997
Um homem começa a receber trotes de madrugada. Até aí, tudo bem. O problema é que a voz do outro lado da linha é a dele mesmo aos 11 anos. Conforme as ligações se repetem, o absurdo cresce, o passado retorna e uma verdade esquecida bate à porta, ou melhor, toca o telefone. Uma crônica sobre infância, saudade e a ligação inevitável com quem a gente foi.