“Matéria Escura”, de Blake Crouch

Uma viagem alucinante por todos os “e se” que a vida não respondeu

E se você tivesse seguido outro caminho? Imagina acordar em um mundo onde você nunca fez as escolhas que fizeram você ser quem é. Onde sua vida seguiu um rumo completamente diferente, mesmo que você ainda seja, tecnicamente, você. Pois é mais ou menos por aí que o livro Matéria Escura nos leva. Um baita livro de ficção científica que mistura ação, suspense e filosofia existencial com uma habilidade que me pegou de jeito. Blake Crouch não quer só te entreter, ele quer bagunçar sua cabeça (e, sinceramente, ele consegue).

O livro começa com uma premissa aparentemente simples: um cara comum, Jason Dessen, é sequestrado. Quando acorda, tudo está diferente. Sua esposa não é sua esposa, seu filho não existe e ele, aparentemente, é um gênio da física em vez de um professor universitário meio frustrado. A partir daí, o livro vira uma corrida maluca por identidade, memória e, principalmente, por tentar entender o que torna a nossa vida nossa de verdade.

Ficção científica com coração

O que mais me surpreendeu no livro Matéria Escura foi como o autor equilibra bem o ritmo da ação com reflexões profundas. Tem perseguição, tem teoria quântica, tem mundos paralelos e tudo mais que o fã de ficção científica adora. Mas o que segura tudo mesmo é o drama humano: o desejo de voltar pra casa, de reencontrar quem se ama, de saber quem a gente realmente é.

A narrativa é ágil, direta, com capítulos curtos e eletrizantes. E mesmo quando as teorias científicas entram em cena, nada é pesado demais. Dá pra entender e se emocionar ao mesmo tempo. Aliás, a parte mais bonita do livro está na forma como ele fala do amor, da vida em família e de como nossas escolhas, por menores que pareçam, moldam tudo.

“Acho que sou eu, mas também não sou. E isso é assustador.”

É o tipo de leitura que você termina e já pensa em quem vai indicar. Porque é entretenimento bom, daquele que te faz pensar e ainda te prende. É quase como se fosse um episódio longo e bem feito de “Black Mirror”, mas com uma dose a mais de humanidade e coração.

E mesmo com todo o caos dos multiversos, o que mais ficou pra mim foi a sensação de que cada pequena decisão tem um valor gigante. E que talvez, só talvez, a vida que a gente tem agora seja exatamente a melhor versão possível, mesmo com todos os nossos defeitos.

Estilo: Ficção Cientíifica

Nota da Leitura:

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