Um mergulho afrofuturista que surpreende
Quando comecei a ler O Caçador Cibernético da Rua 13, de Fábio Kabral, não sabia exatamente o que esperar. Peguei o livro pela curiosidade de ser uma ficção nacional, e o que encontrei foi um universo vibrante, original e cheio de representatividade. A sensação é de ter entrado em um mundo completamente novo, mas que conversa diretamente com questões muito reais. É o tipo de surpresa que deixa a leitura ainda mais prazerosa.
Logo nas primeiras páginas, já é possível sentir que Kabral não está apenas contando uma história de aventura e tecnologia. Ele está construindo um universo afrofuturista rico em detalhes, onde a cultura negra está no centro. Isso não é só importante, é necessário. A ambientação, os personagens e a narrativa trazem uma identidade muito própria, algo que raramente vemos na ficção científica brasileira.
Um protagonista cativante e um mundo vivo
O protagonista é carismático e o universo à sua volta pulsa de vida. As ruas, as comunidades, as tecnologias e até as ameaças carregam personalidade. Não é aquele tipo de ficção científica fria, distante e impessoal. Aqui, tudo tem calor humano. As interações entre os personagens são marcantes e os diálogos têm um frescor que faz você acreditar que aquelas pessoas poderiam estar vivendo na sua cidade, mas em um futuro alternativo.
“A maior surpresa foi perceber que este livro não era só uma boa ficção científica. Era um manifesto cultural em forma de aventura.”
A narrativa é direta e prende do começo ao fim. Kabral consegue equilibrar muito bem ação e construção de mundo. Não é um daqueles livros que despeja informações até ficar cansativo. Tudo é apresentado no ritmo certo, como se você estivesse descobrindo aquele universo junto com os personagens.
O que mais me marcou foi como o autor trata a representatividade de forma orgânica. Não é algo forçado, nem colocado como “decoração” para parecer atual. Ela está na essência da história. Isso, para mim, é o que transforma uma boa leitura em uma leitura memorável.
O desfecho deixa espaço para a imaginação continuar voando. Fechei o livro com aquela sensação de ter vivido uma boa aventura e, ao mesmo tempo, aprendido algo importante. É raro encontrar obras que consigam misturar tão bem diversão, identidade e reflexão.

Estilo: Ficção Científica
Nota da Leitura:
★ ★ ★ ★ ☆
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