Texto sobre nada

Quando até a inspiração precisa tirar um dia de folga

Tem dias em que a criatividade se recolhe. Fica lá no fundo, imóvel, como se estivesse de greve. Escrever vira um trabalho braçal, pesado, sem música de fundo. Tento puxar assunto com as ideias, mas elas não respondem.

Quando isso acontece, tento driblar o silêncio com outras coisas. Pinto, leio, mexo na estante, reorganizo canetas. Às vezes funciona. Outras vezes é como tentar acender um fósforo molhado.

O mais curioso é que, nesses dias, até o que serve para inspirar perde o efeito. A tinta parece opaca. As páginas não prendem. O filme não engata. A música irrita. É como se todo o universo tivesse combinado de não colaborar.

Fico tentando entender o motivo. Pode ser cansaço. Pode ser preguiça. Pode ser só o ciclo natural das coisas, lembrando que nem sempre dá para produzir. Mas essa explicação não acalma.

"O que fazer?"

Talvez nada. Talvez respirar fundo e esperar que amanhã a criatividade volte, fingindo que nunca foi embora. Talvez aceitar que nem todo dia vai render texto brilhante. Talvez escrever sobre isso mesmo, sobre o nada.

E foi assim que nasceu este texto.
Um texto sobre nada.
Que, no fundo, talvez seja sobre tudo.

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